
1- Ao contrário do que aconteceu no Iraque de triste memória, desta vez os americanos e os ingleses tinham razão. Houve mesmo invasão em larga escala.
2- Como é possível que, depois da Chechénia, do novichok, das execuções, das invasões, da Síria, dos ciberataques, só agora tanta gente no Ocidente tenha percebido quem é, realmente, Putin? E quantos séculos de subjugação tornaram possível que tantos russos não vejam, ou não queiram, ou não possam ver?
3- O povo ucraniano abandonado à sua sorte – que triste sorte! E como fica a nossa consciência nisto? É deprimente.
4- A decisão da Alemanha de abandonar precocemente a energia nuclear foi um erro. Sob vários pontos de vista, um erro crasso.
5- Só em tempo de guerra é lembrado o valor da paz. De resto, esse velho sonho de Kant que deveria constituir a base das relações internacionais – tem pouco eco na agenda das forças políticas mundiais. Urge o desarmamento nuclear. Precisam-se novos Churchill e Eisenhower.
6- Quando distinguimos entre ditaduras e ditadores, quando uns nos são mais simpáticos que outros, deveríamos perceber que algo de errado se passa connosco. Não há ditaduras nem ditadores suaves.
7- A verdadeira dicotomia não é entre esquerda e direita, isso é anacrónico. A verdadeira dicotomia é entre democracia (como a entendemos no Ocidente, a chamada “democracia liberal”) — onde podemos ter a esperança de nos vermos livres de políticos indesejáveis por meios pacíficos — e tirania — onde os ditadores como Putin só podem ser travados com derramamento de sangue.
8- O nacionalismo é uma das piores doenças do nosso tempo.
9- Haverá algum comunista em Portugal que sinta vergonha pela posição do PCP sobre esta guerra? Claro que não. Se sentisse teria de deixar de ser comunista. Teria de apostatar. O comunismo é uma religião.
10- O posicionamento ideológico que procura, se não justificar, pelo menos relativizar a agressão de Putin é revoltante. Quase tanto quanto a própria guerra.
11- Glória ao povo ucraniano! Glória a Navalny e aos russos que se manifestam em Moscovo, S. Petersburgo e outras cidades contra esta guerra, que tem um responsável máximo — o déspota Putin!
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