Agamben, Zizek, Sloterdijk

Nestes últimos tempos tenho procurado atualizar-me no que respeita às novas correntes filosóficas, com leituras de Zizek (“Problemas no Paraíso”), Agamben (“A Potência do Pensamento”) e Sloterdijk (“Crítica da Razão Cínica”).

Uma desilusão. Mas não uma perda de tempo.

Aprendi que no afã de seguirem os mestres — Platão, Aristóteles, Hegel, Marx, Heidegger, Foucault — aqueles autores acabam por se transformar numa espécie de cópias degradadas destes.

Kant é citado laconicamente, na medida em que não se pode contornar o incontornável, e Popper é simplesmente silenciado — o que demonstra como é incómoda a sua epistemologia.

A Filosofia, mais do que nunca, continua sendo essa coisa acessível apenas a alguns (académicos) predestinados e não algo que possa ser compreendido pelos comuns mortais: o uso da razão não chega, é preciso ter uma intuição singular para captar a “essência” escondida por trás de tudo o que existe (e do que não existe).

E assim continuam estes alquimistas discutindo entre si, dialeticamente — forma desenvolvida pelo charlatão Hegel para defender tudo e o seu contrário — o sexo dos anjos.

Não admira, pois, que Kant e Popper sejam ignorados. Ao imporem limites ao conhecimento humano, eles transformam-se nos principais inimigos dos metafísicos profissionais.

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