Colombo, Sri Lanka

A iconografia dos templos hindus é muito interessante, como se comprova pela fachada do Sri Kailasanathar Swamy Devasthanam, em Colombo. Hinduístas (12,6%) budistas (70,2%),  muçulmanos (9,7%) e cristãos (7,4%) convivem pacificamente. Os principais conflitos no Sri Lanka são de origem étnica e não religiosa.

O Sri Lanka é um país bastante influenciado pela proximidade à Índia, de onde chegaram os primeiros habitantes da ilha. No século XIV uma dinastia do Sul da Índia formou um governo tamil no Nordeste do território, antes da chegada dos portugueses, que dominaram o comércio nas zonas costeiras, no início do XVI. Depois vieram os holandeses (século XVII) e mais tarde os ingleses (século XVIII), que, à época, formavam já o maior império mundial de sempre. Na altura a ilha era conhecida como Ceilão e, embora independente desde 1948, apenas lhe mudaram o nome para Sri Lanka em 1972.

Interior do templo budista Gangaramaya. Belíssimo.

Depois disso, as crescentes tensões entre a maioria singalesa e a minoria tamil culminaram numa guerra civil, que se iniciou em julho de 1983 e durou mais de um quarto de século. Negociações intermediadas pela Noruega conduziram a um cessar-fogo em 2001, mas a guerra nunca verdadeiramente terminou e ganharia nova força, em 2006, até os tamis serem derrotados, em maio de 2009. Os governantes pós-conflito, primeiro o presidente Mahinda Rajapaksa e depois o presidente Maithripala Sirisena e o primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe (o Sri Lanka tem um regime semi-presidencialista), procuraram desenvolver o país, criando infraestruturas (sobretudo com financiamento chinês), e aprofundar a democracia, respeitando os direitos humanos e promovendo a reconciliação nacional.

No templo Sri Ponnambalam Vanesar Kovil.

De acordo com dados governamentais, cerca de 900.000 pessoas deslocadas devido ao conflito interno, estavam realojadas em outubro de 2017 (o total de habitantes do Sri Lanka ronda os 22 milhões e meio). A reconciliação nacional parece bem encaminhada. O desenvolvimento do país passa também pelo combate à corrupção (um dos principais problemas), pelo potenciamento da excelente localização geográfica (sobretudo para o comércio marítimo) e pelo incremento do turismo, como pudemos comprovar durante a nossa curta estadia.

O nosso motorista junto da viatura em que percorremos Colombo.

Resta dizer que, a par da corrupção, um dos principais problemas do Sri Lanka é a degradação ambiental: as atividades de mineração provocam a erosão de zonas costeiras; e o saneamento básico é ainda incipiente, o que, em conjunto com os resíduos industriais, provoca a poluição dos recursos de água potável. Uma boa forma de conhecer Colombo, a capital, é alugando um tuk-tuk, pelo preço médio de 10 dólares/hora. O motorista levá-lo(a)-á aos locais mais interessantes (o que durará, no máximo, 4/5 horas). Isto, claro, contribuirá ainda mais para a poluição da cidade, que, como também foi notório durante a nossa estadia, é bastante elevada. Porém, passear a pé durante o dia em Colombo é pouco recomendável – o calor é muito difícil de suportar.

A cidade de Colombo vista do mar.

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