O Imposto Sucessório

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Costa e Centeno. Dar com uma mão e tirar com a outra. A fatura não demorará a chegar.

Temos muitas dúvidas sobre o atual Governo português. Desde o início que o dissemos: não nos agrada um Executivo refém de dois partidos de inspiração marxista que, em qualquer momento, poderão retirar-lhe o tapete. As engenharias (talvez fosse mais correto chamar-lhes “tropelias”) tributárias já começaram, com a intervenção sobre os preços dos combustíveis, atitude que deu maus resultados no passado, e irá dar, de novo, no futuro. E, para compensar as medidas (ou a falta delas) que agravam o défice, já se fala num recurso ao Imposto Sucessório, abolido em quase todos os países civilizados.

Como “não há fumo sem fogo”, não nos admiraria que tal viesse, de facto, a ocorrer, até porque parece óbvio que, mais uma vez, face à incapacidade de controlar a despesa, o Governo terá de aumentar a receita à custa dos impostos. Se o Imposto Sucessório renascer por mão deste Governo, o remanescente de credibilidade, que ainda possa ter, cairá por terra (pelo menos para nós), uma vez que o Imposto Sucessório é o imposto mais injusto que existe, por duas ordens de razões.

1- É uma dupla tributação. As pessoas já pagaram os seus impostos em vida sobre esses bens – e não tão pouco quanto isso. E embora o património passe para outras mãos (no caso, de herdeiros legítimos e diretos), não há razão para tributar duas vezes o mesmo bem.

2- Nem todo o património adquirido é fruto da especulação. Há muita gente que levou uma vida inteira de trabalho e sacrifício para amealhar algum dinheiro, ou adquirir qualquer outro bem, móvel ou imóvel. Não somos contra a tributação pesada sobre o dinheiro lucrado com a especulação, nem contra a que incide sobre as mais valias conseguidas através da alienação de património – que aliás já é bastante pesada. Mas insurgimo-nos contra um imposto que apenas visa conseguir, a qualquer custo, financiar um Governo inepto, seja ele qual for. Tal não passa de um roubo, ainda que seja um roubo legal.


Foto retirada de http://www.dn.pt.

As legislativas de 2015

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Cavaco não comparecerá nas cerimónias do 5 de outubro para “analisar o resultado das eleições”. Mais uma atitude deplorável do mais deplorável Presidente da República de Portugal.

Amanhã Portugal vai mais uma vez a votos e não há que esperar nada de novo. A Direita unida, a Esquerda desunida – é esta a constante desde o 25 de abril, em Portugal e, historicamente, em todo o mundo.

A atitude do BE e do PCP é a de continuarem a afirmar que o sistema (capitalista) está viciado, que as regras são injustas, que os árbitros estão comprados, que há privilégios para uns que outros não têm, enfim, que é preciso romper com o sistema e mudar as regras.

(Isto faz-me recordar o discurso do presidente de um certo clube que, por sinal, é o meu).

No meio desta polémica (um tanto estéril) sobre o “modelo” ideal de sociedade, introduzida quotidianamente no ambiente político pelo BE e PCP está – entalado – o PS: acusado pela Direita de querer alinhar com quem quer romper com o sistema e pela Esquerda de não querer abandonar o atual. 

Estes dados bastante simples já eram conhecidos há muito. Face aos mesmos, qual foi a estratégia do “entalado” PS? Querer agradar a gregos e troianos – uma ambiguidade que lhe custará caro. António Costa deveria saber que, nesta competição, as jogadas para golo não se constroem nas laterais, mas sim pelo Centro do terreno. E isto também não é novo; de facto, é uma tendência que se verifica em toda a Europa.

Se ganhar, o PS será derrubado por iniciativa dos mesmos de sempre – aqueles que lhe exigem que rompa com o “sistema”. Porém, com tanta ambiguidade, o PS é mesmo capaz de perder; há gente que não gosta do governo, mas que não vê neste PS uma alternativa credível.

Perante estes dois cenário prováveis, a única coisa que parece certa é que ninguém (PS ou PàF) vencerá com maioria absoluta, o que dará, sem mérito, um prémio de consolação (que será celebrado como uma vitória) aos partidos anti-sistema – BE e PCP.

Assim, não haverá amanhã um vencedor claro, mas apenas um perdedor – o país – pelo menos até as próximas eleições legislativas, as quais ocorrerão provavelmente antes de 2019. 

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Foto de Cavaco Silva retirada de http://www.declinioqueda.wordpress.com

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