House on Fire, Eswatini

House on Fire, em Eswatini. Um espaço magnífico, quer na parte coberta, quer nas zonas ao ar livre.

Eswatini é um pequeno reino situado no sudeste africano, um enclave sem acesso ao mar, envolvido por dois países bastante maiores, Moçambique e África do Sul. O porto mais próximo, que permite ao país importar e exportar produtos por via marítima, é o de Maputo, na capital moçambicana. Eswatini chamava-se antes de 2018 Suazilândia, mas o rei Mswati III decidiu nesse ano alterar o nome do país, que queria dizer “terra dos zwazis”, os descendentes de povos que vieram do norte, em vagas sucessivas.

Desde que começaram a praticar a agricultura até hoje, passando pela autonomia (finais do século XIX) e a independência (1968) ambas concedidas pelos britânicos, esta foi sempre a principal atividade económica dos habitantes do atual Eswatini (se a ela juntarmos a criação de gado), embora se note uma crescente aposta em algumas pequenas indústrias, sobretudo na construção (obras públicas) e no turismo. Embora Eswatini e Moçambique sejam dois dos países mais pobres do planeta, nota-se um diferença considerável entre ambos, sendo Eswatini palpavelmente mais desenvolvido que Moçambique, embora este tenha condições naturais, geográficas e dimensionais para ser mais desenvolvido do que aquele.

House on Fire é uma instalação que se enquadra numa tentativa de desenvolvimento do país, impulsionado pelo turismo, uma aposta dos responsáveis de Eswatini, embora seja uma iniciativa privada. Situada 20 kms a sudeste da capital, Mbabane, aqui se realizam eventos diversos, incluindo, anualmente, em finais de maio, o MTN Bushfire, um dos mais conceituados festivais de música africanos. (https://youtu.be/nYhCAy9xZUE).

Idealizado pelos irmãos, Jiggs Thorne e Sholto Thorne, a House of Fire foi construída numa exploração de cana-de-açúcar e inaugurada no ano 2000. As suas esculturas ao ar livre refletem influências da Owl House, em Neiu Bethesda (África do Sul), e do Rock Garden, em Chandigarh (Índia). Apesar das diferenças, fez-nos lembrar Casapueblo, de Carlos Páez Vilaró (nosso artigo aqui).

Pormenor de um ponto de iluminação no espaço interior da House on Fire. (Foto: Fla).

A primeira das construções — o teatro — foi projetada com a colaboração da arquiteta sul-africana Sarah Calburn, tendo as posteriores evoluído para um espaço multifuncional em constante evolução, onde artistas locais, com destaque para Noah Mduli, continuam a dar asas à criatividade.

A intenção é a de apresentar uma filosofia de “harmonia em contraste”, com ícones e símbolos de todo o mundo. Um exemplo, bem interessante, sobretudo para nós, é o de um pequeno mural, erguido no jardim, onde se pode observar, por cima de uma frase de Einstein, uma imagem de Fernando Pessoa.

Aldeia em Eswatini.

A prova de que a House on Fire não para, é o último grande evento organizado pela sua equipa: o Festival conhecido como Standard Bank Luju Food & Lifestyle Festival, iniciado em 2018, que dedica dois dias às comida, moda e música, apresentando os melhores chefes gastronómicos da região.

House on Fire, independentemente dos eventos que ali se realizam (http://www.house-on-fire.com), é um espetáculo por si só.

Paisagem do Eswatini profundo.

**************************************************

Fontes:

***************************************************