Santiago, Cabo Verde

Quando, ainda no século XV, os navios portugueses fundearam algures em Cabo Verde, nenhuma das dez ilhas que hoje constituem o arquipélago era habitada (nada de muito surpreendente se tivermos em consideração que estas pequenas ilhas vulcânicas se encontram a mais de 500 quilómetros da costa ocidental africana) e a primeira a ser ocupada foi, precisamente, Santiago. A atual povoação de Cidade Velha foi desde o início e durante muitos anos a localidade mais importante da ilha, mas a capital, hoje, é Praia, onde ficam a sede do governo e os principais serviços e equipamentos públicos. Santiago, dizem os historiadores, serviu como entreposto de escravos pouco tempo depois do início da colonização do arquipélago, mas, uma vez que todas as ilhas estavam desabitadas, os escravos não eram dali. Este facto tem levantado e conduzido a muitas questões, algumas apaixonadas, sobre quem são de facto os cabo-verdianos[1]. Não vamos entrar por aí, a única coisa que afirmamos sem hesitação é que em Cabo Verde existe um povo culturalmente singular. Povo e cultura que vale a pena conhecer.

Cidade da Praia (foto da Fla).

Por outro lado, os cabo-verdianos podem justamente sentir-se orgulhosos por terem construído uma sociedade democrática que, em muitos aspetos, dá cartas a países bastante mais ricos (e não, forçosamente, mais desenvolvidos). Isto não deixa de ser surpreendente, se tivermos em conta as grandes dificuldades que este povo enfrenta: além de estarem muito longe dos grandes centros económicos e de distribuição, os cabo-verdianos têm ainda de enfrentar um clima adverso, seco, com todas as graves consequências que isso acarreta. Apesar disso, do ponto de vista social, são bastante mais desenvolvidos que outros países lusófonos, como Angola e Moçambique, e do que a esmagadora maioria dos países subsarianos. Em muitos itens, são mesmo bastante mais desenvolvidos que o gigante Brasil[2]. Cabo Verde é mais livre, mais seguro e mais democrático que muitos países, apesar de incomparavelmente mais pobre que a esmagadora maioria deles. Tudo isso é obra e mérito do seu povo.

Lateral do edifício que alberga a Sala-Museu Amílcar Cabral, na Praia.

Como seria de esperar, o principal motor económico do arquipélago é o turismo, muito importante não só pelas receitas diretas, mas igualmente pela captação de investimento estrangeiro e pela criação de empregos. Nós fomos apenas mais dois a juntar aos muitos milhares de turistas que visitam Cabo Verde todos os anos. Nos quatro dias em que estivemos na ilha de Santiago, ficámos hospedados na Praia. A partir daí, visitámos todos os pontos considerados mais interessantes da ilha, e não só. Começámos pelo que estava mais perto, o centro da Praia, conhecido como Plateau, por ficar num pequeno planalto sobre a marginal, o porto e o mar: uma espécie de baixa lisboeta (embora mais pequena), mas no alto. Visitámos a interessante Sala-Museu Amílcar Cabral, plena de informações sobre a luta de libertação; entrámos no mercado municipal, algo que sempre fazemos, desde que tenhamos oportunidade, nas cidades que visitamos; almoçámos; deambulámos pelas ruas; indagámos; dialogámos; passámos pelo palácio presidencial; percorremos, como soem fazer os verdadeiros caminhantes, todo o tricotado do centro histórico da Praia.

O presidente Jorge Carlos Fonseca e o embaixador do Bangladesh, com residência em Lisboa, Ruhul Siddique.

Mas Praia não é só Plateau. Vale a pena descer ao mercado de Sucupira, misturar-se com as gentes, sentir os sons, as cores e os cheiros, e petiscar um pastel acompanhado por uma Strela geladinha, talvez, como nós fizemos, na roulote Nôs Casa. É aí, na grande praça Alexandre Albuquerque, que podemos ver as incontáveis carrinhas Toyota Hiace (as “iáces”, como lhe chamam os locais[3]) que podem transportar-nos a qualquer povoação da ilha. Foi o que fizemos para chegar à Cidade Velha: apanhámos uma iáce. Pelo caminho fomos conversando com um simpático e jovem adepto do F.C. de Porto, que nos surpreendeu ao informar-nos sobre os vários dialetos crioulos da ilha. E nós, inocentes, que pensávamos haver apenas um… Conversando com este e outros cabo-verdianos, pudemos aperceber-nos da grande ligação que existe a Portugal: a televisão que veem é portuguesa, os clubes de futebol de que são adeptos são portugueses[4], as universidades para onde vão estudar ficam maioritariamente em Portugal e até os embaixadores estrangeiros que vêm apresentar credenciais ao presidente moram em Lisboa e não aqui.

Primeira Strela, no mercado de Sucupira.

A Cidade Velha, como já dissemos, foi a localidade mais importante nos primórdios da colonização[5], e é hoje uma pequena e simpática urbe que se percorre facilmente a pé. Fica junto ao mar, na base de uma colina que no topo exibe uma fortaleza do século XVI, recuperada e em bom estado de conservação, o forte de São Filipe. Entre elas (fortaleza e cidade), socalcos onde ergueram casas precárias, com pequenos pátios ou lajes, e, aqui e ali, crianças brincando, velhos descansando, cabras cabritando, galinhas depenicando. (Difícil deve ser alimentar os animais com tanta secura). Depois da visita à fortaleza, invertemos a marcha, agora mais fácil, e iniciámos a descida da colina até ao núcleo da Cidade Velha, sobranceiros ao casario e ao mar. Já cá em baixo, passámos pelas ruínas da antiga catedral, a primeira a ser construída no ocidente africano, e finalmente sentámo-nos numa esplanada junto à praia vulcânica, descansando um pouco e tomando bebidas frescas para enganar o calor. Pouco depois, na pequena praça central, enquanto esperávamos a iáce que nos transportaria de volta à Praia, comprámos a um vendedor de rua umas mangas pequeninas, que comemos mais tarde no hotel, e se revelariam divinais. Desta vez ocupámos os dois lugares da frente da iáce, ao lado do motorista. Depois do jantar já não saímos[6], pois tínhamos planeado que no dia seguinte iríamos acordar bem cedo para conhecermos o norte da ilha.

Segunda Strela, na Cidade Velha.

Para circular em Santiago alugámos um carro com motorista, o senhor Wostelindo Carvalho, por 80 euros[7]. A ilha de Santiago é montanhosa, pelo que, para atravessá-la tivemos de subir e descer algumas estradas íngremes. Depois da localidade de Assomada, passámos pelo belo Parque Natural da Serra da Malagueta, de onde é possível vislumbrar as ilhas do Fogo e de Maio, e descemos em direção ao Tarrafal. Um pouco antes da cidade, cerca de um quilómetro, no lugar de Chão Bom, fica a antiga colónia penal, hoje transformada em Museu da Resistência. Éramos os únicos visitantes pelo que pudemos correr todo a estrutura deste antigo campo de concentração, desde a cozinha ao refeitório, passando pelas celas comuns, as disciplinares ou “solitárias”, até às casas de banho e o posto médico, sem nos cruzarmos com uma única pessoa. Quando chegámos ao campo o calor era tórrido, e não pudemos deixar de pensar no sofrimento que corresponderia a estar fechado na “Frigideira”. Houve presos que aí passaram de castigo 1, outros 20, outros ainda 60 dias, mas um deles, Gabriel Pedro, permaneceu 135 dias na “Frigideira”, cerca de quatro meses e meio. Ainda assim, não foi um dos 36 homens que pereceram às terríveis condições desta colónia penal para onde eram enviados, sobretudo, presos políticos que se opunham ao Estado Novo e ao ditador Salazar.

Ontem, Campo de Concentração do Tarrafal; hoje, Museu da Resistência.

Os primeiros anos de funcionamento do campo de concentração, que entrou em funcionamento em 1936, foram os piores. O principal problema para os presos do Tarrafal eram as doenças[8], pois o diretor da prisão alegava não ter verbas para dietas e medicamentos. Face aos muitos casos de doença, em fevereiro de 1937, o médico Esmeraldo Pais da Prata[9] foi enviado à colónia penal com o principal objetivo de verificar se os presos não fingiam estar doentes para se esquivarem ao trabalho. Este médico fascista constituiu um pesadelo permanente. Recusava-se a mandar ferver a água insalubre que provinha de uma fonte a 700 metros, aprovava o estado de deterioração das magras rações distribuídas aos presos[10], dava cobertura aos trabalhos forçados e aos castigos na “Frigideira”, negava a medicação, inclusive aquela enviada pelas famílias dos deportados, e participava diretamente, de arma na mão, na repressão aos detidos, insultando-os e lançando-lhes frequentemente palavras jocosas. Uma das suas frases famosas, que pode ler-se num dos painéis do atual museu, é: “Não estou aqui para curar, mas para assinar certidões de óbito”.

Apesar de tudo isto, muitos presos conseguiram sobreviver graças à solidariedade existente entre eles. Ferviam a água às escondidas, com ferramentas improvisadas, construíam filtros de pedra vulcânica e porosa, organizavam a distribuição dos medicamentos enviados por familiares e organizações de caridade e de outros parcos recursos que escapavam ao controlo dos guardas. E foi a chegada de outro médico, Manuel Baptista dos Reis, desta vez um prisioneiro, que, auxiliado por um enfermeiro chamado Virgílio de Sousa, veio ajudar em muito os presos do Tarrafal, evitando que a mortandade fosse ainda maior. Mesmo assim morreram 36 presos: 32 portugueses, 2 guineenses e 2 angolanos. O campo funcionou nestas condições degradantes até 1956.

A “Holandinha” foi a cela disciplinar que veio substituir a “Frigideira”. Esta ficava isolada, fora do recinto do campo, e foi demolida. Um sobrevivente do Tarrafal, o guineense Augusto Pereira da Graça, conhecido por “Neco”, afirmou sobre a “Holandinha”: “Eu não sei dizer qual era a temperatura dentro deste cubo, mas o indivíduo entrava para lá e, depois de cinco minutos, parecia que lhe tinham dado um banho. Era um calor insuportável. Pode-se dizer um calor infernal. Passei 15 horas ali, mas parecia que tinham sido 15 anos.[11] “

Em 1962, reabriu sob a designação de Campo de Trabalho de Chão Bom, destinado a encarcerar anti-colonialistas da Guiné-Bissau, Angola e Cabo Verde. Entretanto, as autoridades portuguesas negavam a existência desta colónia penal. Em 1963, a missão permanente de Portugal nas Nações Unidas considerava “sem fundamento” as informações que circulavam sobre aquele campo de concentração. Foi Amílcar Cabral, um excelente diplomata, quem evocou as normas da Convenção de Genebra sobre a proteção de prisioneiros de guerra e conseguiu a libertação de três prisioneiros portugueses, entregando-os à Cruz Vermelha, em Dakar, no dia 15 de março de 1968. Perante as denúncias de Cabral, uma Missão da Cruz Vermelha visitou o Tarrafal em fevereiro de 1969, conseguindo que fossem libertados todos os presos considerados “recuperados”. Nessa altura as condições no campo já não eram as mesmas das dos anos 30, 40 e 50. Os presos podiam ir à praia próxima, assistir a sessões de cinema, consultar livros, jornais e revistas na biblioteca, ir a consultas ao Hospital da Praia e até estudarem e fazerem exames nesta cidade.

Praia do Tarrafal.

Após a desativação, o “Campo da Morte Lenta”, como ficou conhecido por quem lá passou, serviu como centro de instrução militar, escola e, desde o ano 2000, Museu da Resistência, tornando-se o espaço mais visitado do arquipélago. Classificado como Património Cultural Nacional de Cabo Verde desde 2006, integra a lista indicativa deste país a Património Mundial pela UNESCO. Em 27 de fevereiro do presente ano (2020), o governo cabo-verdiano adjudicou a uma empresa portuguesa sediada em Barcelos – a Vilacelos – uma empreitada[12] para reabilitar o antigo Campo de Concentração do Tarrafal, que deverá ter a duração de oito meses, e que é considerada indispensável para satisfazer os requisitos exigidos pela UNESCO para a candidatura a Património Mundial, que o governo cabo-verdiano pretende apresentar dentro de um ano. Além desta empreitada, estão previstas verbas para a instalação e funcionamento do futuro museu. O artista português Vhils será convidado para fazer um trabalho no local.

Demora-se algum tempo a recuperar o ritmo normal quando se sai do espaço onde funcionou o campo do Tarrafal. Felizmente que a praia é ali mesmo ao lado e logo, provavelmente, a mais bonita da ilha. Tomámos um daqueles longos e deliciosos banhos que tornam alguns locais inesquecíveis. À hora combinada fomos ter com o senhor Wostelindo, já a pensar no almoço que, como previsto, aconteceu no restaurante Sol & Luna: bom peixe grelhado, à moda tropical, com legumes, arroz, batata frita e vinagrete. Confirmámos que o Tarrafal é o melhor ponto da ilha de Santiago para quem gosta de praia e descanso; e é também, sem dúvida, um bom lugar para comer peixe, a avaliar pelo que comemos, mas também pelos que vimos nos alguidares das peixeiras na praia, e nas bancadas do mercado municipal.

Barcos de pesca estacionados numa praia do Tarrafal.

No regresso à cidade da Praia passámos pela Aldeia dos Rabelados, em Espinho Branco, uma pequena comunidade que viveu durante muitos anos isolada[13], desde que a igreja oficial portuguesa rejeitou, ainda no tempo do colonialismo, as suas práticas religiosas (que incluíam a poligamia e o animismo), e quis substituir os sacerdotes locais de “batina negra”[14] pelos novos sacerdotes, de “batina branca”, enviados do continente. Apesar de uma parte da população ter aceitado os novos padres, outros não os aceitaram – e a partir daí foram considerados rebelados . Passaram então a viver isolados em comunidade, nas montanhas, sem água e sem luz, dependendo da agricultura, da pesca e do artesanato. Graças a Maria Isabel Kouassi, uma artista plástica e terapeuta cabo-verdiana, que viveu na Costa do Marfim e na Suíça, internacionalmente conhecida por Misá, os rabelados têm, há mais de vinte anos, uma representante que luta pelos seus interesses e que os tornou conhecidos um pouco por todo o mundo. Misá conseguiu entrar na comunidade e cada vez que voltava levava algo novo: roupa, alimentos, água, médico ou professor. Graças ao trabalho de Misá, as crianças passaram a frequentar o jardim de infância e a escola, e pelo menos uma delas continuou os estudos e licenciou-se. Paralelamente, Misá criou uma oficina de artes – a Rabelarte – destinada a dotar os jovens dos conhecimentos técnicos necessários à criação de peças que possam vender a turistas que visitem o local. Para tal, ela própria deu formação em desenho e pintura, conseguindo também a colaboração de um voluntário japonês que durante três meses ensinou às crianças técnicas de cerâmica.

Na aldeia dos Rabelados, em Espinho Branco.

Quando visitámos a aldeia estivemos na oficina da Rabelarte e comprámos um singelo quadro a uma jovem artista local. A visita a esta aldeia foi enriquecedora e surpreendente. Com as experiências do dia ainda pulsando em nós, já com o sol baixo, continuámos a nossa descida até à Praia, primeiro junto à costa, passando por Calheta de São Miguel e Pedra Badejo, depois pelo interior, chegando ao hotel Cesária quando se punha o sol. Tínhamos planeado jantar no Quintal da Música no último dia em Santiago, mas esse restaurante estava fechado. Queríamos um restaurante onde se pudesse ouvir música local, e, em alternativa, alguém nos sugeriu o Campanas. Fomos lá. Comemos bem e, como era o último dia e a música estava boa, bebemos ainda melhor. Reparámos, sobretudo, num dos músicos, um virtuoso violinista chamado Nho Nani, natural da ilha do Fogo. Conversámos com ele e com Manuel dos Santos, um guitarrista, também do Fogo, também virtuoso. Despedimo-nos. No dia seguinte, bem cedo, o senhor Wostelindo estaria à nossa espera à porta do hotel para nos levar ao aeroporto.

Na casa de Josefa, jovem artista rabelada.

**************************************************

Notas:

[1] A população cabo-verdiana é composta por 71% de mulatos, 28% de africanos e 1% de europeus.

[2] Ver o nosso artigo “Os Países-Modelo” aqui: https://ilovealfama.com/2020/04/24/paises-modelo/. Verificar-se-á que Cabo Verde está à frente do Brasil no que toca à liberdade económica, à liberdade humana, à liberdade de imprensa e à democracia. Cabo Verde é também um país incomparavelmente mais pacífico e seguro que o Brasil.

[3] Demorámos um tempo considerável até percebermos o que queriam dizer-nos com : “podem apanhar uma iáce”…

[4] É comum ver pessoas com as camisolas dos clubes portugueses, sobretudo, como seria de esperar, do Benfica, do Porto e do Sporting.

[5] Mas na altura em que foi fundada deram-lhe o nome de Ribeira Grande. Diz-se que o mudaram para evitar confusões com uma povoação homónima em Santo Antão. O Sítio Histórico da Cidade Velha, foi classificado em 2009 pela UNESCO como Património da Humanidade, pelos critérios II, III e VI. O critério II prende-se aos monumentos e vestígios ainda existentes na Cidade Velha enquanto testemunhos do seu papel nas trocas comercias. Critério III, pela sua paisagem urbana, marítima e pitoresca que remetem aos mais de 3 séculos de escravidão dos seres humanos. Já o critério VI, por ser o berço da primeira sociedade mestiça que se difunde pelo Atlântico através da gastronomia, farmacopeia, e outros saberes.

[6] Embora Cabo Verde seja um país relativamente seguro, não é de todo aconselhável circular à noite por locais desconhecidos, a não ser de táxi.

[7] O senhor Wostelindo está contactável através do facebook, no seguinte endereço: https://www.facebook.com/profile.php?id=100013451105546.

[8] O paludismo, a biliosa, a tuberculose e as infeções intestinais eram os males mais frequentes. Mas também o reumatismo, as avitaminoses, com os casos beribéri, escorbuto e xeroftalmia, anemia palustre, e doenças hepáticas e gástricas.

[9] Era conhecido entre os presos como o “Tralheira”.

[10] A comida era sempre a mesma, mal cozinhada e de péssima qualidade. Os presos tinham de tapar as narinas com bolas de pão para poderem tragá-la.

[11] https://www.dw.com/pt-002/augusto-pereira-da-gra%C3%A7a-recorda-os-dias-amargos-no-tarrafal/a-17656372.

[12] No valor de 29,5 milhões de escudos cabo-verdianos, ou seja, o equivalente a 265 mil euros. Mais 22 milhões de escudos (cerca de 200 mil euros) para a instalação e o funcionamento do futuro museu.

[13] O nome “Rabelados” (“rebelados”, ou “rebeldes” em português) deve-se à sua recusa em aceitarem os preceitos da Igreja Católica tradicional. No entanto, os integrantes da comunidade consideram-se “Revelados”.

[14] Estes “sacerdotes negros” saíram dos seminários que os franciscanos, chegados a Cabo Verde em finais do século XVII com o objetivo de evangelizar a população, criaram para formar sacerdotes. Ou seja, eram sacerdotes locais.

**************************************************

Referências:

**************************************************