Uma ideologia começa por ser uma receita: um medicamento criado para combater um problema social específico, num determinado contexto histórico. Querer que esse medicamento seja universal – eficaz em todas as enfermidades sociais e em todas as épocas – é algo que está para além da racionalidade: é crença, religião, fanatismo, precisamente o que são as ideologias mais radicais, de esquerda ou de direita. Os seus acólitos convencem-se e tentam convencer-nos de que existe uma banha da cobra milagrosa que cura todas as maleitas sociais. Esse insano utopismo, constitui, na prática, o maior obstáculo à erradicação da violência, à Paz Perpétua sonhada por Kant e tantos outros humanistas. Paz que temos conseguido manter numa Europa unida; União que alguns fanáticos estão empenhados em destruir.
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Autor: Jorge Costa
Fez percursos académicos nas áreas das Filosofia, Comunicação Social, Economia, Gestão dos Transportes Marítimos e Gestão Portuária, e estuda outras disciplinas científicas. Interessa-se igualmente por Arte, nas suas diversas manifestações, e também por viagens. Gosta de jogar xadrez. O seu autor preferido, desde que se lembra, é Karl Popper. Viveu em locais diversos, sobretudo em Portugal e no Brasil, pelo que se considera um cidadão do mundo. Atualmente vive em Cabanas, no Sotavento algarvio. Gosta de revisitar, sempre que pode, a bela cidade de Lisboa e, nela, o bairro onde nasceu, Alfama, o mais popular da capital, de traça árabe, debruçado sobre o Tejo — esse rio mítico, imortalizado por Camões e Pessoa, poetas maiores da Língua Portuguesa. Não é, porém, um bairrista, característica que deplora, a par dos clubismo, partidarismo e nacionalismo. Ama a Liberdade.
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