Nelson Mandela

Madiba.

Morreu, no último dia 5, Nelson Mandela. Como seria de esperar, um volume incomum de comentários e opiniões surgiu em todos os meios de comunicação social, após o seu desaparecimento. Tudo o que possa ser dito será, assim, recorrente. Arrisco, porém, o seguinte. Mandela figurará, como um grande vulto, na História da Humanidade por várias razões, mas, para mim, a razão maior da admiração generalizada de que é alvo resulta do facto de o próprio Nelson Mandela nunca se ter considerado um herói; considerava-se, pelo contrário, um ser falível, imperfeito, como outro qualquer. Sob este aspeto, pode ser comparado a outras personalidades, como Sócrates (o grego, evidentemente), Popper ou Einstein, todos homens que buscaram até o fim um caminho melhor, sem nunca terem a certeza de o ter encontrado, manifestando-se, nas suas dúvidas, falhanços e incertezas, tão humanos quanto nós. Com o seu exemplo, eles dão-nos força e alento para procurarmos nós próprios o nosso caminho e, não menos importante, dão-nos também a esperança de nos transformarmos, nessa busca, em seres humanos melhores. É por isto que Mandela — esse homem extraordinário que derrotou o ódio com o perdão, que nunca exigiu nada aos outros mas deu tudo de si próprio — foi e será amado pela generalidade dos que se debruçaram ou debruçarão sobre as suas vida e obra — por ser, afinal, um de nós.

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Foto retirada de: https://almapreta.com/editorias/mama-africa/africa-do-sul-se-prepara-para-celebrar-o-centenario-de-nelson-mandela

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Autor: Jorge Costa

Fez percursos académicos nas áreas das Filosofia, Comunicação Social, Economia, Gestão dos Transportes Marítimos e Gestão Portuária, e estuda outras disciplinas científicas. Interessa-se igualmente por Arte, nas suas diversas manifestações, e também por viagens. Gosta de jogar xadrez. O seu autor preferido, desde que se lembra, é Karl Popper. Viveu em locais diversos, sobretudo em Portugal e no Brasil, pelo que se considera um cidadão do mundo. Atualmente vive em Cabanas, no Sotavento algarvio. Gosta de revisitar, sempre que pode, a bela cidade de Lisboa e, nela, o bairro onde nasceu, Alfama, o mais popular da capital, de traça árabe, debruçado sobre o Tejo — esse rio mítico, imortalizado por Camões e Pessoa, poetas maiores da Língua Portuguesa. Não é, porém, um bairrista, característica que deplora, a par dos clubismo, partidarismo e nacionalismo. Ama a Liberdade.