António Victorino d’Almeida

Victorino d’Almeida percorre o país a dar pequenos espetáculos em dimensão, enormes em conteúdo. Estamos a falar de um génio, felizmente ativo e disponível para nos deslumbrar, ainda, aos 83 anos. Gostávamos de o ver mais vezes, mas os que dirigem os grandes meios de comunicação social deste país não o merecem.

Compositor, maestro, pianista, escritor, realizador, autor e apresentador de programas televisivos e radiofónicos, comunicador fascinante, António Victorino d’Almeida completa hoje 83 anos.

Quem souber que ele vai estar por perto vá ao seu encontro, e não perderá o seu tempo ao escutá-lo. É daqueles seres que irradia cultura, ou seja, riqueza verdadeira. Seja qual for o lugar ou a ocasião.

O Fado do Campo Grande que aqui deixamos foi composto por Victorino d’Almeida, tem letra de Ary dos Santos, e foi cantado originalmente por Carlos do Carmo, em casa deste, onde os três se encontravam. Um trio etilista porque, ao que parece, estavam todos bêbados. Depois de criarem o fado saíram e sentaram-se no lancil da Avenida da República, onde um homem os viu, parou o carro e os conduziu, um por um, a casa. Provavelmente nunca mais viram esse senhor e, mesmo que vissem, claro, não o reconheceriam.

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Autor: Jorge Costa

Fez percursos académicos nas áreas das Filosofia, Comunicação Social, Economia, Gestão dos Transportes Marítimos e Gestão Portuária, e estuda outras disciplinas científicas. Interessa-se igualmente por Arte, nas suas diversas manifestações, e também por viagens. Gosta de jogar xadrez. O seu autor preferido, desde que se lembra, é Karl Popper. Viveu em locais diversos, sobretudo em Portugal e no Brasil, pelo que se considera um cidadão do mundo. Atualmente vive em Cabanas, no Sotavento algarvio. Gosta de revisitar, sempre que pode, a bela cidade de Lisboa e, nela, o bairro onde nasceu, Alfama, o mais popular da capital, de traça árabe, debruçado sobre o Tejo — esse rio mítico, imortalizado por Camões e Pessoa, poetas maiores da Língua Portuguesa. Não é, porém, um bairrista, característica que deplora, a par dos clubismo, partidarismo e nacionalismo. Ama a Liberdade.