Agamben, Zizek, Sloterdijk

Nestes últimos tempos tenho procurado atualizar-me no que respeita às novas correntes filosóficas, com leituras de Zizek (“Problemas no Paraíso”), Agamben (“A Potência do Pensamento”) e Sloterdijk (“Crítica da Razão Cínica”).

Uma desilusão. Mas não uma perda de tempo.

Aprendi que no afã de seguirem os mestres — Platão, Aristóteles, Hegel, Marx, Heidegger, Foucault — aqueles autores acabam por se transformar numa espécie de cópias degradadas destes.

Kant é citado laconicamente, na medida em que não se pode contornar o incontornável, e Popper é simplesmente silenciado — o que demonstra como é incómoda a sua epistemologia.

A Filosofia, mais do que nunca, continua sendo essa coisa acessível apenas a alguns (académicos) predestinados e não algo que possa ser compreendido pelos comuns mortais: o uso da razão não chega, é preciso ter uma intuição singular para captar a “essência” escondida por trás de tudo o que existe (e do que não existe).

E assim continuam estes alquimistas discutindo entre si, dialeticamente — forma desenvolvida pelo charlatão Hegel para defender tudo e o seu contrário — o sexo dos anjos.

Não admira, pois, que Kant e Popper sejam ignorados. Ao imporem limites ao conhecimento humano, eles transformam-se nos principais inimigos dos metafísicos profissionais.

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Autor: Jorge Costa

Fez percursos académicos nas áreas das Filosofia, Comunicação Social, Economia, Gestão dos Transportes Marítimos e Gestão Portuária, e estuda outras disciplinas científicas. Interessa-se igualmente por Arte, nas suas diversas manifestações, e também por viagens. Gosta de jogar xadrez. O seu autor preferido, desde que se lembra, é Karl Popper. Viveu em locais diversos, sobretudo em Portugal e no Brasil, pelo que se considera um cidadão do mundo. Atualmente vive em Cabanas, no Sotavento algarvio. Gosta de revisitar, sempre que pode, a bela cidade de Lisboa e, nela, o bairro onde nasceu, Alfama, o mais popular da capital, de traça árabe, debruçado sobre o Tejo — esse rio mítico, imortalizado por Camões e Pessoa, poetas maiores da Língua Portuguesa. Não é, porém, um bairrista, característica que deplora, a par dos clubismo, partidarismo e nacionalismo. Ama a Liberdade.