
Somos, por excelência, um povo marítimo. Não sei se herdámos esta ligação ao mar dos hábeis navegadores fenícios; se tem que ver com a barreira espanhola que nos empurrou para o Atlântico; se se deve ao facto de este espaço a que chamamos Portugal ter sido durante muitos anos encruzilhada marítima entre o Norte da Europa e o Mediterrâneo; ou se é algum gene específico que determina esta nossa apetência para o mar, agora reduzida, quase exclusivamente e por razões várias, a uma invasão das praias durante a época estival.
Pode ser tudo isso e mais alguma coisa, mas a última hipótese é, afinal, bastante plausível, pois está demonstrado que o ambiente influencia os genes (e vice-versa).
Não será por acaso que temos um cão de água — por sinal, algarvio — que não apenas nada, mas também mergulha, trabalha e tem tanta alegria no mar quanto um golfinho (aqui). Os que pensam que exagero talvez um dia se surpreendam quando nascer o primeiro bebé português com membranas interdigitais…
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